quarta-feira, abril 15, 2009

Às Vezes Dá Para Isto...

Para a minha "Amiga":P Esta surgiu mesmo para ti, espero que percebas (inspiração canino-vegetativa versão texto:))


Às vezes quando vou passear a cadela dá-me vontade de cantar.

Não sei porque carga de água a minha cabeça há-de achar que ver uma cadela a passear de cá para lá no meio da vegetação é uma boa fonte de inspiração, mas a verdade é que não são poucas as vezes em que dou por mim com a cabeça cheia de ideias e a boca a criar uma qualquer melodia. A maior parte das vezes nem é uma coisa com nexo (mas também, os GNR conseguiram sucesso a falar de operações matemáticas!), são só notas que se vão formando na minha cabeça e palavras que lhes vou juntando para tentar fazer qualquer coisa de mais palvável.

A melodia surge, gosto dela. Apetece-me cantá-la, as palavras juntam-se-lhe. Quem sabe poderá ser o início de um refrão?

Não sei... Pode ser que um dia me lembre do telemóvel e as vá gravando, para as conseguir mostrar quando já não me sentir invadida pela inspiração canino-vegetante. Só sei que nesses momentos a minha vontade é de ter ideias, muitas ideias, dedilhar umas coisas, soltar a voz e cantar...

Por isso...

Olha... Vamos fazer músicas?

Desilusão (o mal de ler demais, gostar demais, imaginar demais...)

Por mais que o título pareça introduzir uma qualquer torrente de banalidades e sentimentalismos, serve apenas para expressar uma opinião.


No Domingo acabei de ler ("devorar" devia ser o termo melhor aplicado) o livro que há séculos andava para ler: "Twilight - Crepúsculo", o tão badalado livro da moda, e que eu, enquanto fã acérrima do estilo Fantástico e de tudo o que me transporte para um mundo pararelo de fantásticas deambulações mentais, onde possa dar largas à minha imaginação, não podia deixar de querer ler.

Capa original, que não gosto cá de substituições por capas com imagens de filmes

Quem me conhece sabe que ADORO ler! E que gosto de ler os livros antes de ver os filmes, para dar largas à minha imaginação e saber a história inteira (sim, porque os filmes têm esse irritante costume de cortar partes e partes da narrativa). E que regra geral acabo desiludida quando vejo o filme...

Pois então, adorei o livro, quis ver o filme (ainda não tinha visto). Ontem aproveitei uma oportunidade e comprei os outros dois livros da colecção, tendo-me debatido durante um tempo sobre se compraria o DVD (que estava à venda no mesmo sítio, até a um preço aceitável). Acabei por me decidir por não comprar e cair na piratiquice. Nunca agradeci tanto não fazer uma compra.

O filme, à vista da minha cabeça povoada de grandes expectativas, foi uma desilusão total, tão grande que me fez ter vontade de escrever sobre isso, à laia de desabafo ultrajado.

Para mim, este filme tinha tanto para ser tão bom! Até a escolha de actores se parecia enquadrar mais ou menos nas minhas expectativas (salvo algumas excepções). Era a possibilidade de Ver o que só conseguia imaginar. No fim, revelou-se uma salganhada de cenas sem linha condutora sobrepostas umas às outras, uma miríade de situações alteradas e um filme vazio de sentimento quando o livro o deixa transbordar em todas as páginas... Quando li, o que senti foi o crescendo de um sentimento que começa tão banal e se vai completando, transformando, unindo, como duas coisas que se vão aproximando e moldando até se transformarem numa coisa única completa, incapaz de existir de outra forma; foi toda uma história que, no auge da minha imaginação (quando leio tenho sempre momentos destes) quase conseguia imaginar como sendo minha, ou pelo menos desejar que assim pudesse ser.

O que vi no filme foi dois adolescentes que, de uma hora para a outra, parece que só mesmo porque os mandaram, decidem dizer "ah e tal, até estamos bem juntos e só assim naquela fica aqui comigo que é mais fixe". Fiquei desiludida com a quantidade de situações cortadas (já seria de esperar), pela ENORMIDADE de cenas adulteradas ou inventadas e a falta de sentimento patente em todo o filme. Culpa dos actores? Sejamos sinceros, e perdoem-me os fãs dos mesmo, mas nunca vi casal supostamente apaixonado para a eternidade com tanta falta de amor um pelo outro. O Edward parece que não sabia o que devia fazer, a Bella teve uma cara de enjoada do início ao fim, o que até lhe caía bem no "primeiro dia de aulas", mas que supostamente se devia ter iluminado quando a relação com o primeiro começa a crescer (mas realmente... que relação? Se calhar eles também foram apanhados na surpresa de que de repente era suposto estarem perdidamente apaixonados...). Para mim, a única coisa que se enquadra no Livro é a "Bella's Lullaby" (da banda sonora, que até não é mazinha, vá!), porque se se ouvir a música de olhos fechados, só a imaginar o cenário e o turbilhão de sentimentos que emana do livro, realmente ela é capaz de nos transportar para esse mundo e fazer-nos "viver" as coisas. As outras duas coisas que para mim se aproveitam do filme: o cenário (como boa fã de florestas não podia deixar de delirar com aquelas) e o jogo de basebol.

Não sei se consegui transmitir todo o sentimento que me assalta neste momento. Só sei que estou a ouvir a música e que esta sim, me traz lágrimas aos olhos, me arrepia e me deixa a sonhar com e por uma história assim... Não aquele filme! Esse, só me dá vontade de chorar de revolta...